
Na manhã desta segunda-feira, a nossa equipa de reportagem percorreu a zona do Sucupira e constatou o intenso movimento de vendedores ao longo das ruas principais. São bancadas improvisadas com madeira, tendas plásticas e mercadorias expostas ao sol e ao pó, em espaços que não oferecem condições mínimas de higiene nem segurança, tanto para os comerciantes como para os consumidores.
As autoridades locais do Cazenga atribuíram um mercado específico para os vendededores da zona do sucupira portanto, muitos continuam a exercer a sua actividade comercial em locais impróprios, como bermas de estrada, passeios e zonas residenciais.
A principal justificação por parte dos vendedores apontada é a má localização do mercado atribuído, que se encontra numa área com pouca movimentação populacional.
“Eu vendo aqui na rua da Sucupira deste 1099 e continuo, porque este local é mais movimentado em relação ao mercado que o governo nos deu. Eu sou viúva, pago sozinha a propina dos filhos, então não posso vender em um mercado onde não me compram ” disse a vendedeira ” Ana Pedro.
Segundo informações recolhidas, o mercado foi construído com o objectivo de organizar o comércio informal e garantir melhores condições de trabalho, no entanto, as comerciantes dissem ainda que a escolha do local não teve em conta o fluxo populacional nem as necessidades básicas da comunidade.
” Esse mercado poderia ser construído numa área com população, assim indo lá como é que nós vamos vender minha filha… Nós já fomos ao mercado vender lá, mas nos assaltaram e vivemos muitas outras situações,” desabafou uma vendedeira não identificada.
Enquanto isso, a situação permanece delicada. Os moradores da zona mostram-se divididos: alguns reclamam da desorganização e do lixo deixado nas ruas pelos vendedores, enquanto outros reconhecem a dificuldade da população em adaptar-se a um espaço distante e pouco movimentado.
Reportagem:
Luísa Policarpo