
Apesar de mais de 830 mil crianças terem cumprido o calendário de vacinação, Angola ainda está entre os países africanos com as taxas de cobertura mais baixas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) , o país ocupa o terceiro lugar no continente em número de crianças sem nenhuma dose de vacina, totalizando mais de 500 mil menores sem imunização.
A situação se agravou nos últimos anos devido a interrupções nos serviços de saúde, especialmente durante a pandemia da COVID-19, que deixou 43% das crianças angolanas sem qualquer dose de vacina em 2021. Em resposta, o Ministério da Saúde, com apoio da OMS, UNICEF e Gavi, lançou em setembro de 2023 o projeto “Zero-Dose”, visando aumentar a cobertura vacinal em províncias como Luanda, Huambo, Bié, Cunene e Cuanza Sul. A iniciativa já beneficiou mais de 470 mil crianças com menos de um ano.
Apesar dos avanços, Angola ainda enfrenta desafios estruturais, como a falta de infraestrutura adequada para armazenamento de vacinas e a necessidade de maior financiamento para os serviços de saúde primária. A cobertura vacinal contra difteria, tétano e tosse convulsa (DTP) atingiu apenas 69% em 2023, enquanto a imunização contra o sarampo ficou em 50%. Especialistas alertam que sem um reforço nos programas de imunização, milhares de crianças continuarão vulneráveis a doenças evitáveis.
Fonte: RTP África
Por: José Leandro